6 de julho de 2011

Alforje de Mulher

Neste alforje de mulher
Tem Maria e Madalena
A santa que crer e reza
Mulher de alma serena.
A louca que pede amor
Que seduz sem ter pudor
Porque tudo vale a pena

Neste alforje de mulher
Levo amor e sedução
Carrego também perfume
Da malicia e da paixão
A amante e a amada
A doida descontrolada
Que conquista o coração

Neste alforje de mulher
Tem o parto e a partida
A Amélia que ajoelha
A cangaceira atrevida
Parto que nunca parte
O cordel que é minha arte
E a dor da despedida

Neste alforje de mulher
Tem sertão seco e surrado
Sofrimentos e amarguras
Abandono e o abandonado
Vida sem cara de vida
Sem um lar e sem guarida
Sem futuro e sem passado

Neste alforje de mulher
Eu carrego a saudade
Belas cenas que não voltam
Do tempo da mocidade
Vou meu alforje arrastando
Meu caminho caminhando
Meu credo é a liberdade



Cleusa Santo, poetisa e cordelista, homenageia o novo àlbum de Aldy Carvalho, Alforje.
13.06.11

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