João Gomes de Sá
Quando Messias
nasceu
Lá no sertão
nordestino,
A seriema cantou
Para saudar o menino.
Na capela, o
sacristão;
Deu badaladas no
sino.
De repente a boa-nova
Correu todo povoado!
E todos queriam ver
O filho de Zé
Conrado.
Nasceu no mês de
Dezembro
Pois assim era
esperado.
Cheio de
contentamento,
Zé Conrado até
chorava
E sua esposa, Maria;
O seu filhinho
afagava.
Pouco a pouco, a
vizinhança
Em sua casa chegava.
Aldy Carvalho chegou
Cantando bela
canção:
- “Oh, bebê, Deus te abençoe
Tenha paz no coração,
Seja o caminho e a verdade
Para todo cidadão.”
Eu trago estas oferendas
Com muito gosto, alegria
Que vocês sejam felizes -
Seu José, dona Maria;
Que nunca falte ao menino
Nosso pão de cada dia.
Eufra Modesto falou
Com a voz inda mais
forte,
Desejando para os
pais
Mais saúde e boa
sorte.
Leu para o
recém-nascido
O seguinte
passaporte:
- Que este menino caminhe
Viajando mundo afora,
Pregando a paz entre os homens
Por todo tempo, em toda hora;
E que seja iluminado
Igualmente a toda aurora!
Este modesto presente,
Um cueiro em ponto-cruz
É para esquentar seu corpo
Como fora com Jesus
Que nasceu na manjedoura
E que nos dá muita luz.
Varneci de Banzaê
Juntou-se com o
plantel
Além de pão e café
Trouxe frutas a
granel,
Frios e
refrigerantes
E massa para pastel.
Comentou
discretamente:
- Oh, ditoso renascer,
Salve! Salve todos céus
Com o novo amanhecer!
Bem-vindo seja, Messias;
Ensine a todos viver!
Que nosso Pai abençoe
Esta casa com bonança
E que ilumina o caminho
Desta adorável criança
Para que ela seja um dia
O porta-voz da esperança!
Presenteava o Menino
Quase todo povoado.
Nicoló - comendador;
Desse modo apelidado,
Trouxe um monte de
brinquedo
No seu carro
prateado:
- Para mim, este momento
Exige reflexão,
Pois a vida continua
Quando nasce um cidadão
Que acredita nas promessas
Do Senhor da criação.
E todo mundo
chegando
Cada qual com um
presente.
Maria José também
Cumprimentou sua
gente.
Naquele momento raro
Não podia estar
ausente.
E fez a maior
festança
Com o sorriso no
olhar.
É claro, naquele
instante;
Queria também saudar
O Menino abençoado,
E começou a falar:
- Oh, que dia tão solene,
Louvado seja o Menino!
Cresça na sabedoria
Inteligência e muito tino!
Tenha a boa educação
Norteando o seu destino!
Acabe com a injustiça
Sobretudo a patronal!
Explique como fazer
Toda inclusão social!
Seja bem-vindo, Messias;
Neste dia de natal!
Oriente nosso jovem
Pra que seja mais esperto,
Para entender que a escola
É nosso caminho certo,
Para que tenha na vida
Uma luz sempre por perto.
Na porta, ali do
casebre
Bateu a felicidade!
Muita gente ia
chegando
Por conta da
novidade.
O sonho tão esperado
Era sim, realidade.
Josué, Fátima e
Cleusa
Também vieram
correndo
Igualmente a Varneci
Com cara de Reverendo
Trouxeram muita
alegria
E foram logo dizendo:
- Eu já sei que este Menino
É um promissor poeta,
Vai vencer todas barreiras
Da forma que é mais correta.
Se Ele nasceu nesta data
Veio cumprir essa meta.
- É nossa grande esperança,
Um futuro Cordelista!
Com certeza, Ele vai ser
Afamado repentista!
Será um representante
Da vitória, da conquista!
Eu tenho
convicção
Por isso
que aqui estou,
A graça tão
esperada
Em nossa
casa adentrou
E nunca
mais vai embora
O sonho
se consagrou!
Severino trouxe um quadro,
Uma paisagem tão
bela;
Um bosque com uma
casa
Especial aquarela.
Proferiu para o
Messias
Uma mensagem
singela:
- Abençoado é o dia
Todo céu – oh, firmamento!
Certamente é um sinal
De grande congraçamento,
Entre os homens deste mundo;
Louvado seja o momento!
Lucélia seguia a
fila
Trazendo um vaso
ilustrado,
O desenho do planeta
Com relevo destacado.
Cumprimentou as
pessoas,
Também o
recém-chegado:
- Dona Maria e seu Zé;
Feliz seja a moradia,
Bem- aventurado o lar
Que acredita todo dia
Nas palavras de esperança
De amor, de graça e harmonia.
A chegada de Messias
Chamou a nossa atenção;
Momento especial,
Hora de reflexão.
Certamente doravante
Tudo será união.
De lado estava Cacá
Com um livro de
história,
Fábulas de La Fontaine
De ensinamento, de
glória.
Contos tradicionais
Preservados na
memória.
Mas antes de
oferecer,
O livro, ao
recém-nascido,
Esbarrou em Rafaela
E foi aquele
alarido.
O povo todo achou
graça
E ele riu
descontraído.
Nem sequer perdeu a
pose
E nada lhe
aconteceu.
Discretamente ao
Menino
Seu presente
ofereceu
Inda fez a saudação,
Que desse modo se
deu:
- Que o cordel - a cantoria
De toda humanidade
Registrem em suas páginas
Com toda veracidade
Este fato inusitado
Pra toda posteridade!
É um nascimento pobre
Mas vem com muita nobreza
E nada será como antes,
Messias é com certeza;
Um amanhecer de luz
Com os raios de grandeza!
E Pedro Monteiro
trouxe
Bichinho de estimação,
Fez para os donos da
casa
Uma breve louvação;
E todos naquele
instante
Prestaram muita
atenção:
- Renasceu a vida humana
Nesta casa abençoada!
É natal e o nascimento
É festa tão esperada!
Então vamos dar as mãos
Onde Deus fez a morada!
Todos ali de mãos
dadas;
Celebrando o
nascimento
E alguns faziam
pose,
Tamanho
contentamento.
Costa Senna e Zé de
Zilda
Aboiaram no momento.
A festança estava
feita
Com fogos e
foguetão,
Foi servido
aperitivo
E comidas do sertão.
A mineirinha Fatel
Trouxe doce de
mamão.
Luiz Wilson cantou
“Um coqueiro da
Bahia”
E todo mundo animado
Os seus versos
respondia
Ali na frente da
casa
Deu-se a maior cantoria.
Nando Poeta com Rose
Trouxeram uma
atração;
Com um Boi todo
enfeitado
Festejaram lá no
oitão,
Era sim;
Bumba-meu-boi
De São Luis –
Maranhão.
– Agradecemos aos céus
Por nos trazer tanto amor;
Por nortear os caminhos
Em cada canto que for
Raio de luz é Messias
A graça do Criador!
Em seguida Marco
Haurélio
Sem chamar muita
atenção,
Veio com uma sacola
Cheinha de fruta
pão.
Entregou-a para
Maria
E fez sua saudação:
– Este dia abençoado
Com a paz e a igualdade,
Traz junto com o menino
A solidariedade,
Louvado seja este dia
Bem-vinda, fraternidade!
Saúde para Messias
Oh, que feliz trajetória!
Doravante nós teremos
Uma vida só de glória!
Portanto será gravada
Para sempre na memória,
Todo mundo ia
chegando
Fazendo muita folia;
Moreira de Acopiara
Organizou Cantoria,
E disse até comovido:
- Hoje nasceu alegria!
- Neste dia, oh,meu povo;
Nasceu a dignidade!
A gratidão, o respeito
A luz da prosperidade!
Nasceu também o perdão
O amor, a fé, a bondade!
Everilda com Joana
Cada qual mais
sorridente,
Espalhavam alegria
Com Benedita,
evidente;
E Jean fazia a festa
No meio de tanta
gente.
Com Elma e com
Daniela
A Bety veio
apressada;
Maria lá de
Guarulhos
Estava bem carregada
Com uma caixa de
pêssego
E fruta caramelada.
Aderaldo ali chegou
Sem o sorriso esconder,
Pois tanta
felicidade
Era difícil conter.
Muita gente foi
chegando
Junta com o
anoitecer.
E glória Deus nas alturas
E paz pra nossa Nação!
Hoje é dia de natal,
É a festa da união!
Messias trouxe esperança
Para todo cidadão!
O Menino veio ao mundo
Para dar muita lição,
Para falar de justiça
Aos homens desta Nação!
Promover a liberdade
Muita paz e união!
O povoado parou
Para pedido e
oração,
Também para
agradecer
Ao Senhor da
Criação,
Pela vinda de
Messias
O Porta-voz da
União!
Jocélio com “Ciço
Pedo”
Montaram logo um
coral
Sebastião fez um
brinde
Espontâneo –
especial;
Cantaram para
Messias
Uma canção de natal!
E depois da
meia-noite,
Pra toda população;
Rolou o maior Forró
Com Xote, Frevo e
Baião.
Esta Festa se tornou
Na cidade, tradição.
Agora todos os anos
No pequeno povoado,
O povo inteiro
festeja
Esse dia abençoado
E nosso pai criador
Pra sempre seja
louvado!
Este conto se repete
Para quem tem
esperança,
Para quem cedo
assegura
Com lucidez,
segurança;
Ensino com qualidade
Pra o jovem, para a
criança.
Vamos ver muitos
Messias
Andando pela cidade!
Pois Educação
tornou-se
De fato, realidade!
É Natal! Vamos
sonhar!
E viva a
fraternidade!
Quem envia um forte
abraço
A todos raros
leitores
É o autor desses
versos
Que os fez para os
senhores;
Principalmente a
vocês:
Meus amigos
trovadores!
Somos todos gratos!
Muita Paz, Luz,
Alegria e Realizações.
João Gomes de Sá
São Paulo, 24 de
Dezembro de 2011.
Poeta eu desejo a ti
ResponderExcluirNa maior sinceridade,
Que os teus sonhos se cubram
De plena felicidade,
Extensiva a quem tu amas,
Com paz e fraternidade.