Sobre Aldy Carvalho

Aldy Carvalho por Prof. Dr. Aderaldo Luciano: poeta, ensaísta, prof. de Literatura do Curso de Letras da Universidade Gama e Souza - RJ,  ministra palestra e cursos sobre Literatura de Cordel e cultura popular.

"Aldy Carvalho está além do cantor e do compositor, situa-se sobre o Rio São Francisco como um penedo suspenso contando cada gota d'água, decifrando sua escrita, catalogando suas histórias. Um pouco dessa água vem carregada em um pequeno cantil, dentro do seu Alforje. Um pequeno cantil, sim, pois o que ainda está por se revelar formará cacimbões profundos na face tão desgastada da música e da poesia brasileiras. Dialogando com a cor da terra, veremos a cor do céu, com seus sóis policromatizados. A barba longa esvoaçando sobre o tempo, a roupa larga cobrindo quilômetros: é Aldy, muito jovem, acariciando a viola, fazendo-a metamorfosear-se em Iara."



Aldy Carvalho por K. Lorca

Aldy Carvalho é poeta, contista, cronista, compositor, um trovador contemporâneo. Ele mescla lirismo e sarcasmo misturados com o ritmo sereno do violino e de seu violão.
Compositor peculiar, suas obras descrevem as constantes transformações do homem sertanejo.
Aldy Carvalho é construtor de martelos agalopados, com suas ferramentas artísticas e rimas metrificadas, distribuídas no que chamam Décimas.
A sina de Aldy Carvalho é cantar as proezas dos caboclos, dos amores, dos trens do sertão (“Lá vai o trem...”) que separam corações unidos pela saudade, mas que, na volta, trazem a descoberta de mundos, alegrias e causos pra contar.
Aldy Carvalho usa mitos e lendas para confabular o imaginário através da cultura popular.

O seu regionalismo é espontâneo e perspicaz, sua poesia-matemática mostra o conhecimento encontrado no poeta universal. Ele é um artista de multifaces, com um vasto saber, ressoa assuntos polêmicos e situações (causos) divertidos e reconhece muito bem o valor da amizade e as desventuras da vida.

K. Lorca, poeta e alcoólatra.

tabloide digital

http://www.millarch.org/artigo/o-brasil-de-aldy

"O Brasil de Aldy Carvalho

Uma das coisas lamentáveis no mundo artístico é que artistas de valor, que fazem os maiores sacrifícios para chegarem ao disco, tenham seus trabalhos esquecidos na batalha da divulgação. O espaço nos meios de comunicação é tão disputado (e negociado) para proteger 90% de enganações de marketing - que compositores e intérpretes de grande vigor acabam sendo retirados de catálogo por não encontrarem a promoção merecida. O comentário justifica-se para chamar atenção em torno de Aldy Carvalho, que a custa de imensos sacrifícios fez um LP ("Redemoinho", Fermata) com a marca de raízes, sons, cores e amores de nossa gente, como disse o produtor de TV Júlio Lerner, um dos poucos até agora a reconhecer os méritos desta gravação. Aldy é autor de todas as faixas - em algumas tendo parceiro de João Joaquim de Carvalho e José Verismar dos Santos. Todos são temas bem brasileiros, das coisas simples, que coloca numa forma enternecedora, dentro de arranjos perfeitos para a excelente formação que arregimentou - entre os quais o baixista Gabriel, Papete na percussão, Dominguinhos no acordeon e ate Zygmunt Kubala no Cello.





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